top of page
WhatsApp Image 2023-04-30 at 19.46.57.jpeg
Logo: Talita Felix
Identidade Visual: Paulo Henrique Ferreira
@phm.phm.phm

Organizada por discentes do Curso de Graduação em História, a XIII Semana Nacional de História do CFP/UFCG dará continuidade a um evento científico que, desde 2009, constitui-se tanto como espaço de trocas de experiências e de diálogos entre estudantes, professores e pesquisadores desta universidade e de outras instituições quanto como de produção do conhecimento histórico e de áreas afins. Na edição de 2023, pretende-se abordar a temática “Os sertões em questão: memórias, representações e identidades”.

Desde os tempos coloniais, o conceito de “sertão” era usado para classificar as regiões não-litorâneas, referindo-se a áreas escassamente povoadas e que exerciam atividades econômicas da agropecuária. Em parte da produção historiográfica, esse termo aparece para informar uma realidade oposta àquela vivida nas regiões litorâneas do Brasil, visto que, nota-se um discurso que apresenta um modo de vida diferente daquele construído em regiões centrais do Brasil. Nesse sentido, percebe-se uma oposição em que muitas vezes é reforçado pela historiografia, entre “litoral civilizado” e “sertão bárbaro”, culminando no isolamento e decadência das regiões afastadas dos grandes centros do Brasil (JESUS, 2004).

Dessa forma, a categoria de “sertão” está presente desde o século XVI, com os relatos dos cronistas e viajantes que visitavam o país e o descreveram. Conforme destaca Almeida (2019), o naturalista Auguste de Saint-Hilaire apresenta o sertão como uma característica próxima àquela predominante na Europa civilizada, permitindo ao europeu imaginar o sertão apoiando-se em uma imagem conhecida. Assim, no sertão o ritmo de vida seria mais lento, todavia, a cultura também absorveu essa categoria de vida própria do sertanejo, criando uma ideia de dias iguais a todos os dias, de solidão que tinha no sertão o cenário ideal.

Nesse sentido, o resultado foi a construção e permanência de uma imagem negativa dos sertões, dos costumes, tradições e culturas das suas populações. Porém, em resposta, “ocorreu também a construção de representações locais, que buscaram se contrapor às primeiras e negá-las, originando, assim, uma verdadeira luta de representações.” (ALMEIDA, 2019, p. 36).

Le Goff (1996) compreende a memória como a capacidade de conservar certas informações, que fazem parte de um conjunto de funções psíquicas. Logo, os homens atualizam, através das memórias compartilhadas, determinadas visões e conhecimentos sobre o passado ou algo que é entendido como o passado. Assim, o autor compreende a memória coletiva como um instrumento de poder, em que determinadas sociedades utilizam-se da memória social oral ou a memória coletiva escrita para compreender e legitimar determinadas manifestações da memória, como as recordações e tradições. Por conseguinte, o trabalho com a memória teria a função de atuar na construção das identidades dos sujeitos, na medida em que as “ negociações e apropriações resultantes destes processos estabeleceram as relações que se colocariam entre passado e presente, implicando em permanências e rupturas que enraizariam as identidades e a consciência que se possui destes”(SILVA, COLVERO, 2020, p. 51).

Nessa perspectiva, para Almeida (2019) a identidade é uma construção social, por meio dos conhecimentos formados pelas instituições, pela memória coletiva, fantasias pessoais, pelos fatores de poder e religião, porém os grupos sociais organizam seu significado de acordo com os projetos culturais enraizados e sua estrutura social, bem como em sua visão de tempo/espaço. Dessa forma, esses argumentos reforçam a ideia de ser o sertão - e os sertões - um espaço vivo, dinâmico, múltiplo e diversificado, que comunica e traz consigo uma forte carga simbólica transmitida por valores e práticas por todos que partilham o espaço.

Portanto, ao refletir sobre os vários aspectos que carregam implicados em uma análise histórica e cultural do sertão, nasce a ideia para a XIII Semana Nacional de História. A pauta central é de entender o sertão como lugar e forma de existência, o qual, em sua diversidade, carrega identidades e memórias, que por tantas vezes foram, e ainda são, associadas a termos pejorativos. Ao analisar a temática em questão, propõe-se um evento direcionado a toda comunidade acadêmica do CFP, não somente aos estudantes do curso de História, vista a importância de se promover uma visão crítica que se expanda pelas diversas áreas do conhecimento.

  • Instagram
  • Facebook

FIQUE POR DENTRO!

  • Instagram
  • Facebook

Inscreva-se

 para receber atualizações!

PARABÉNS! SUA ASSINATURA FOI CONCLUIDA.

Sua mensagem foi enviada, breve entraremos em contato!

bottom of page