A Itália, até recentemente, encontrava-se no centro da crise migratória mundial, em que milhares de emigrantes e refugiados cruzavam o mar Mediterrâneo, em condições adversas e perigosas, para ingressar no continente europeu. A Península Itálica era a principal porta de entrada desses emigrantes, que sofriam com o crescente aumento de políticas restritivas à sua entrada e permanência.
Nem sempre foi assim: durante muito tempo, sobretudo ao longo do século XIX até a década de 1950, a Itália viu muitos de seus cidadãos saírem do país em busca de oportunidades nas Américas, motivados por fatores políticos e econômicos. O Brasil, em especial, era um dos principais países de destino no continente, em parte devido às suas políticas de atração de imigrantes, que incluíam o pagamento da passagem e o acolhimento temporário em hospedarias.
Ainda que não tenha sido um dos principais destinos de italianos no país, o Rio de Janeiro ocupa um capítulo importante nessa história, para a qual este livro busca contribuir. Além de vasta documentação, são aqui apresentadas trajetórias de italianos que partiram sozinhos ou em família para o país e criaram novos laços no Rio de Janeiro.
