O ENSINO DE HISTÓRIA EM DEBATE
A coordenação do GT Ensino de História e Educação da Anpuh vem, desde meados de 2011, se articulando para desenvolver as ações da pauta do GT para o biênio 2012 e 2013. O primeiro passo foi justamente a própria consolidação da pauta de ações. Uma primeira indicação foi feita durante a reunião de eleição, quando a coordenação anterior fez um balanço das ações realizadas e resultados alcançados e desafios para o GT no âmbito da ANPUH. Na ocasião foram levantadas questões relacionadas a 5 pautas básicas: 1. Comunicação do GT: a Revista História Hoje, a construção de um site ou blog como veículo de comunicação digital e integração entre os membros do GT; 2- Pesquisa: articulações e realizações do Projeto Panorama do Ensino de História; 3- Articulações do GT: no plano externo à ANPUH, as aproximações e diálogos com a ABEH (Associação Brasileira de Ensino de História) , e os eventos da área de pesquisa sobre o ensino de História, o ENPEH (Encontro Nacional dos Pesquisadores de Ensino de História) e o encontro "Perspectivas do Ensino de História", e no plano interno a aproximação do GT com as pautas da ANPUH tais como regulamentação da profissão, campanha de filiação, aproximação com os docentes das redes públicas de ensino, articulação com os fóruns de graduação e pós-graduação; 4- Ações políticas: inserção do GT nos debates acerca dos currículos da educação básica, projetos de formação de professores (inicial e continuada), acompanhamento das políticas públicas de educação e realização de balanços sobre profissão docente e condições de trabalho. Em setembro de 2011 realizamos em Vitória, no Espírito Santo, uma primeira reunião da coordenação do GT, que contou com a valiosa presença da profª Juçara Luzia Leite (UFES), na qual consolidamos a pauta acima indicada e esboçamos um plano de trabalho para o biênio.
Dentre as prioridades desta agenda está uma aproximação e maior articulação com os pesquisadores do ensino de História. Uma via que está sendo construída e que conta com a generosa acolhida e apoio das professoras Ernesta Zamboni e Maria Carolina Bovério Galzerani é a aproximação do GT com a comissão organizadora do VIII Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História e do III Encontro Internacional de Ensino de História, a ser realizado na UNICAMP, no período de 02 a 05 de julho de 2012. Outra via é a aproximação com os pesquisadores do projeto "Panorama do Ensino de História". Nesse sentido reconhecemos e valorizamos os esforços individuais e atuações das várias pessoas já engajadas no processo, e cujas iniciativas de pesquisa foram fundamentais para a sustentabilidade da proposta. Nossa intenção é contribuir para fortalecer as articulações e a continuidade do projeto colaborando para a definição de uma agenda comum junto aos membros do GT. Entendemos que dentre as possibilidades de continuidade e desdobramento da proposta, o Projeto Panorama pode vir a se constituir em um Observatório do Ensino de História, adquirindo elementos do formato já adotado para outros, como o Observatório da Educação Indígena, da Educação de Jovens e Adultos, e que são apoiados pela CAPES. Dentro dessa perspectiva de abertura para o diálogo, esse primeiro contato tem como objetivo realizar um balanço do quadro atual do projeto, identificando os envolvidos, suas instituições, temas e perspectivas metodológicas.
Para tanto, programamos para início deste ano um encontro que possa reunir os representantes de todos os GTs estaduais, com o objetivo de estreitar o diálogo e estabelecer compartilhadamente as estratégias de ação. Com apoio incondicional da Direção da ANPUH, essa primeira reunião nacional do GT ficou definida para o dia 23 de março de 2012, em São Paulo, na sede da ANPUH-Nacional, no prédio da História, na Cidade Universitária – USP. Na pauta trataremos dos seguintes pontos que consideramos fundamentais:
• Balanço da situação dos GTs regionais de Ensino de História e definição de estratégias para sua organização ou reorganização;
• Participação do GT na campanha de filiação junto aos professores da Educação Básica;
• Balanço e perspectivas de desenvolvimento da Pesquisa "Panorama do Ensino de História" e outros projetos;
• Discussão sobre o papel do GT no debate acerca das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, os currículos estaduais e o ensino da disciplina na Educação Básica;
• Definição de estratégias para apoiar as ações da atual diretoria da Anpuh;
• Construção da agenda de encontros nacionais e regionais para o biênio.
Acreditamos que com esforço coletivo, mobilização e apoio dos parceiros institucionais conseguiremos enfrentar e responder a esses desafios.
Por favor, confirme sua presença, ou indique um representante do GT regional, enviando mensagem para o e-mail anpuh@usp.br. Sua presença é muito importante.
Coordenação do GT Ensino de História e Educação da Anpuh
O STF NÃO SABE O QUE É HISTÓRIA
O Ministro Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), promulgou, em 29 de novembro de 2011, a Resolução No 474 que "estabelece critérios para atribuição de relevância e de valor histórico aos processos e demais documentos do Supremo Tribunal Federal". O documento causa perplexidade aos historiadores e a todos aqueles que, minimamente, tem acompanhado o desenvolvimento da historiografia contemporânea, em especial por duas razões: por procurar estabelecer "por decreto" o que é ou não histórico e por apontar como subsídio para essa classificação critérios considerados ultrapassados há, pelo menos, um século. Por esse motivo, a Associação Nacional de História (ANPUH), entidade que congrega os profissionais de história atuantes no ensino, na pesquisa e nas entidades ligadas ao patrimônio histórico-cultural, não poderia deixar de trazer a público a sua inconformidade com a referida Resolução.
Apesar de seus precursores mais remotos (como os gregos Heródoto e Tucídides), o conhecimento histórico só se estabeleceu como disciplina autônoma e com pretensões científicas no século XIX, acompanhando o processo de surgimento e/ou consolidação dos Estados nacionais. Naquele momento era importante alicerçar em uma narrativa fidedigna, ancorada em provas documentais, a história desses Estados, comprovando sua existência ao longo do tempo e reforçando os laços de identidade entre seus habitantes, com base em uma presumida origem comum. Não é à toa que, justamente nesse período, surgiram os Arquivos Nacionais, inclusive no Brasil, como forma de reunir e conservar os documentos oficiais que dissessem respeito à "biografia" das jovens nações. Muitos historiadores, por seu turno, voltavam sua atenção aos ditos "acontecimentos consagrados", aos "grandes personagens", aos "fatos marcantes" da história de seus países; acontecimentos, personagens e fatos esses, diga-se de passagem, em geral ligados às elites políticas, econômicas, culturais, militares e intelectuais a quem se atribuía o "fazer da História".
Ora, desde ao menos o final da década de 1920, tal visão do que é ou não histórico foi fortemente contestada pelas principais correntes contemporâneas da historiografia por seu caráter limitado e elitista. Desde então, se sabe que nenhum documento possui "relevância" ou "valor" histórico em si, mas somente a partir das perguntas que o historiador dirige ao passado. Por exemplo: por muito tempo, não se deu valor às experiências das mulheres na história, ou apenas quando elas participavam de espaços tradicionalmente masculinos como a política e a guerra. Hoje uma das áreas mais desenvolvidas da historiografia brasileira e mundial é, justamente, a história das mulheres, que, para se desenvolver, precisou se utilizar de documentos antes considerados "não históricos" (talvez por envolver mulheres pouco famosas), como registros policiais e documentos judiciais referentes a, por exemplo, violência doméstica, guarda de crianças, brigas entre vizinhos, etc. Neste sentido, um exemplo entre muitos outros é o livro da consagrada historiadora Maria Odila Leite da Silva Dias, "Quotidiano e poder no século XIX", cuja leitura indicamos aos ministros do STF, que apresenta as lutas femininas em São Paulo naquele período e as estratégias de sobrevivência de mulheres pobres, talvez "sem valor histórico" na visão desses magistrados, como lavadeiras, quitandeiras, escravas, forras, entre outras.
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COMISSÃO DA VERDADE: ENTRE A MEMÓRIA E A HISTÓRIA
Recentemente foi aprovada pelo Congresso Nacional a formação da Comissão da Verdade que terá como função apurar as violações aos direitos humanos ocorridas em nosso país entre 1946 e 1988. A ela não cabe punir ou julgar culpados, mas lançar luz sobre uma série de crimes perpetrados por agentes governamentais, em especial no período da ditadura civil-militar iniciada com o golpe de 1964, esclarecendo suas circunstâncias, motivações, agentes, entre outros aspectos. Alguns, sobretudo aqueles setores identificados com os governos autoritários, a acusam de "revanchista", por querer reacender conflitos que deveriam, em sua visão, ter sido esquecidos com a Lei da Anistia de 1979. Outros, em especial os militantes de direitos humanos e os familiares de mortos e desaparecidos políticos, denunciam seu caráter limitado e seus precários recursos (incluindo um número reduzido de membros e um tempo curto para as investigações). De qualquer forma, trata-se de uma iniciativa fundamental para que se possa encarar de frente uma série de situações traumáticas próprias desse passado recente que insiste em não passar, e que macula até hoje a nossa democracia.
A Comissão da Verdade assemelha-se a outras iniciativas ocorridas em países que passaram por traumas coletivos, em geral provocados por governos ditatoriais e autoritários, os quais pareciam impedir-lhes de seguir em frente com seus projetos de organização democrática. Isso aconteceu, através de modalidades e com resultados variados, na Alemanha após o nazismo, nos países do Leste europeu na sequência da débâcle do bloco comunista, na África do Sul depois do apartheid e em países do Cone Sul com o fim das ditaduras de Segurança Nacional. Em todos esses casos, muito se falou do dever de memória, ou seja, do dever de lembrar o horror para não repeti-lo, o que, em alguns casos, implicou também reparações materiais e simbólicas às vítimas,
aos seus familiares ou mesmo a grupos sociais inteiros (como judeus e negros) que haviam sido submetidos a terríveis violências por parte do aparato estatal.
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1- Revista Brasileira de História.
A edição em português de número 62 da RBH, com Dossiê Festas já está no ar. Já a edição em inglês encontra-se na diagramação e deve ser lançada em fevereiro.
A Revista Brasileira de História se prepara para um grande desafio em 2013: colocar em prática o projeto de internacionalização que nos fez ser escolhida por unanimidade pela Capes para receber apoio durante os próximos cinco anos. A Revista Brasileira de História pretende ampliar o número de artigos publicados, implementar uma edição trilíngue (português, inglês e espanhol) e estender o número de indexadores internacionais, a fim de aumentar a visibilidade da produção acadêmica nacional no exterior.
Chamada de artigos Revista Brasileira de História:
RBH 63 – Dossiê Igreja e Estado
A proposta de publicação de um dossiê temático sobre "Igreja e Estado" pretende contemplar uma visão abrangente acerca das relações Igreja e Estado no Ocidente e, em particular, no Brasil por meio de artigos que poderão abranger diferentes épocas da história, da Antiguidade aos nossos dias. Será também ocasião para abrirmos uma reflexão sobre as novas tendências interpretativas e conceituais que se apresentam no campo historiográfico nacional e internacional em torno dessa temática.
Receberemos contribuições originais para o dossiê, assim como artigos avulsos, até o dia 31 de março de 2012.
RBH 64 – Dossiê Trabalho e Trabalhadores
A proposta de publicação de um dossiê temático sobre "Trabalho e Trabalhadores" na Revista Brasileira de História visa ampliar a visibilidade e o impacto nacional e internacional deste campo de pesquisa da historiografia brasileira. Esse resultado será alcançado por meio da seleção de trabalhos representativos dos novos recortes e abordagens que caracterizam atualmente a história do trabalho no Brasil, bem como da diversidade regional das pesquisas, outro aspecto alvissareiro que pode ser identificado nas tendências recentes da produção nesta área. Representa assim uma retomada, sob novos olhares e num novo contexto, de um dos temas mais marcantes e característicos da RBH nas suas origens.
Receberemos contribuições originais para o dossiê, assim como artigos avulsos, até o dia 31 de agosto de 2012.
Mais informações aqui.

2- Novo Qualis Periódicos de História.
Senhores coordenadores de pós-graduação, editores de revistas de história e dirigentes de núcleos,
estamos encaminhando em anexo a nova versão do QUALIS PERIÓDICOS DE HISTÓRIA, bem como o documento explicativo.
Essa divulgação foi autorizada pela Diretoria de Avaliação da Capes, bem como pelo prof. Carlos Fico (coordenador de área de História junto a CAPES) desde que os coordenadores da Área ressaltassem que se trata, ainda, de uma etapa preliminar do processo de atualização do Qualis na medida em que as notas ainda estão sendo atualizadas no sistema (só devem estar disponíveis na página da Capes na semana que vem) e ainda passarão pelo CTC.
A Coordenação da Área de História informa que acompanhou a quase totalidade das notas atribuídas pela comissão do Fórum - cujos trabalhos foram essenciais para que a área pudesse fazer a atualização com bastante facilidade nos dias 24 e 25 de janeiro em Brasília - e que as poucas modificações objetivaram evitar mudanças muito bruscas ou que não pareceram plenamente justificadas.
A Coordenação de Área (prof. Carlos Fico e profa. Claudia Wasserman) pede para externar publicamente seus agradecimentos aos membros da Comissão, em especial ao professor Valdei Araujo que trabalhou com o Fico e com Claudia Wasserman em Brasília, nos dias 24 e 25 de janeiro.
Dúvidas e questionamentos são importantes nessa fase e serão muito bem-vindos até para que possam ser corrigidos na atualização do Qualis que antecederá a avaliação trienal. Enviem-nas, por favor, para o e-mail institucional da coordenação: 40.hist@capes.gov.br - com cópia para a Anpuh, para que seja remetida a comissão do Fórum: anpuh@usp.br.

3- XII Congresso do Comitê Internacional de Ciências Históricas.
A ANPUH fez três propostas de mesas-redondas e uma de tema geral para o congresso que se realizará em 2015 em Jinan (China).
São elas:
Mesas-redondas:
- Memórias, biografias e comemorações: perspectivas históricas e transculturais;
- A América Latina como objeto e como sujeito da história e da historiografia: visões internas e externas;
- A mundialização da cultura pelo prisma da história cultural.
Tema geral:
- História e memória: articulações e tensões.
Articulou-se ainda com as Associações de História do México e da Argentina para apoiar as propostas latino-americanas para o referido evento..

4- Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
A ANPUH Nacional, em conjunto com a ANPUH-RS, indicou nomes de profissionais de História para comporem a comissão que irá avaliar a documentação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que seria destinada ao descarte. Sabemos, contudo, que, em vários Tribunais estaduais, estão sendo realizadas, sem nenhuma avaliação mais orgânica, eliminações massivas de documentos, sobretudo de processos judiciais, sob o abrigo da Recomendação 37 do CNJ que abriu caminho para esse tipo de prática altamente lesiva ao patrimônio documental do país. Estamos gestionando, junto a várias instâncias, para que tais descartes sejam cessados. Pedimos aos sócios e às regionais que averigúem, em seus estados, como vem se dando a gestão documental nos órgãos públicos e, caso sejam constatadas práticas lesivas ao patrimônio, denunciem.

5- Chamada de Artigos - Revista História Hoje.
A revista História Hoje anuncia abertura de nova série e divulga chamada para submissão de artigos para o biênio 2011/2013 conforme o seguinte calendário
V 1, n. 2: Dossiê Temático O ensino da História Indígena
Data limite para submissão de artigos livres: 20 de junho de 2012
Lançamento do número: Janeiro/2013
V. 2, . 3: Dossiê Temático: O lugar da formação do professor nos cursos de História
Data limite para submissão de artigos livres: 20 de dezembro de 2012
Lançamento do número: Julho/2013
V. 2, n. 4: Dossiê Temático: O ensino de História e o tempo presente
Data limite para submissão de artigos livres: 20 de junho de 2013
Lançamento do número: Janeiro/2014 |
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