MOBILIZAÇÃO EM APOIO À PROF.ª DRª. MARLENE DE FÁVERI

MOBILIZAÇÃO EM APOIO À PROF.ª DRª. MARLENE DE FÁVERI
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA - ANPUH
 
MANIFESTO CONTRA A LEI DA MORDAÇA; PELA LIBERDADE DE ENSINO; PELO DIREITO À ABORDAGEM DE GÊNERO
 

Deve ser compromisso dos profissionais que produzem, constrem e debatem o conhecimento histórico, dentro e fora do espaço de sala de aula, lutar para que a liberdade de expressão jamais seja cerceada. A perspectiva crítica, que constitui a base fundamental da atividade dos historiadores e da suas práticas docentes, não pode prescindir de espaços com livre veiculação de ideias, voltados à experimentação do debate. Levando-se em consideração uma perspectiva crítica como elemento fundamental da produção e do ensino de História, é necessário zelar para que a multiplicidade de grupos com diversas demandas sociais, que foram marginalizados ou silenciados em diferentes contextos históricos, possam ser contemplados como parte constituinte e constitutiva da história. A abordagem de gênero, que ganhou notória adesão nas últimas décadas, contribui para o esforço de dar protagonismo a sujeitos tradicionalmente excluídos e a temas por muito tempo evitados, por razões de ordem moral ou política. O fortalecimento dessa perspectiva emerge como fruto de um grande esforço coletivo, que envolve profissionais do ensino mas também movimentos sociais. Ultimamente, entretanto, tal construção tem sido veementemente atacada por grupos que ameaçam controlar certos conteúdos e suas formas de tratamento, sobretudo quando relacionados à defesa da ampliação de direitos desses mesmos sujeitos historicamente marginalizados. A perspectiva de gênero tornou-se um alvo preferencial de tais grupos, pois desestabiliza uma concepção de mundo e da história tida como fixa, linear, unidimensional, sem contradições e ambiguidades. Os mesmos que atacam a abordagem de gênero pretendem impor uma leitura que, embora sustentem como "neutra", é extremamente comprometida com tendências conservadoras, retrógradas e autoritárias. O recente processo jurídico, movido por uma discente, que alega ter sido vítima de "doutrinação ideológica", contra a professora Marlene de Fáveri, historiadora, especialista na área de gênero e professora do Departamento de História da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC), pode ser entendido como mais um trágico capítulo de um processo político persecutório. Este é um fato que afeta o conjunto de professores de História do país, em particular aquelas e aqueles que se dedicam à abordagem de gênero, e abre graves precedentes, que sinalizam retrocessos no que diz respeito à liberdade de ensino e uso da reflexão crítica, tolhidas durante longos períodos de regimes de exceção e conquistadas a duras penas por docentes engajados com a democracia.

Para que a LIBERDADE DE ENSINO e o DIREITO À ABORDAGEM DE GÊNERO sejam garantidos, a ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA - ANPUH manifesta-se com vigor nesse dia nacional de mobilização (06/06/2017), contra a LEI DA MORDAÇA e EM APOIO À PROFA. MARLENE DE FÁVERI E A TODAS/OS AS/OS DEMAIS DOCENTES QUE SOFREM O MESMO TIPO DE PERSEGUIÇÃO.

 

Embates fortes na camara de vereadores de Florianópolis – teatros do absurdo. 29.5.17

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Mobilizações:

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Entrevistas, matérias:

http://catarinas.info/nao-posso-orientar-quem-nao-acredita-naquilo-que-estuda-afirma-marlene-de-faveri/

http://catarinas.info/professores-e-estudantes-da-uffs-manifestam-apoio-a-marlene-de-faveri/