ANPUH IDEIAS - PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DE HISTÓRIA NO ENSINO MÉDIO

02 Mai 2015 0 comment
Cartaz-anpuhideias2015-com-GTOntem estivemos representando o GT Ensino de História e Educação da ANPUH nacional no evento ANPUH-IDEIAS, organizado pela ANPUH-RJ. O tema do encontro foi “Perspectivas para a História no Ensino Médio”. Foi uma grande honra dividir a mesa com a prof.ª Ana Maria Monteiro, uma de nossas grandes referências na pesquisa em Ensino de História. O evento, acolhido no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, e organizado pela prof.ª Mônica Martins e Warley Costa, contou com a participação qualificada de um bom público formado por docentes e alunos dos cursos de História e professores da Educação Básica. Vale sublinharque o evento inscreve-se na agenda de atividades mais ampla do ANPUH-IDEIAS, uma inciativa da ANPUH-RJ que promove debates sobre temas significativos da pauta da pesquisa e do ensino, promovendo encontros com a comunidade acadêmica e docente.
 
A profª Ana Maria Monteiro destacou em sua fala as tensões entre inovações e tradições que perpassam o lugar da História no Ensino Médio. Nesse sentido, ela destacou a complexidade inerente do fazer curricular e a importância do conhecimento histórico como matriz estratégica do conhecimento escolar. Ao mesmo tempo sublinhou a importância do lugar da pesquisa nos fluxos de renovação do saber ensinado e a relevância das discussões teóricas para aprofundamentos e indicações de avanços. Em sua opinião é preciso posicionar-se assumindo o papel estratégico dos professores no ato educativo, efetivando uma forte aposta na escola como espaço de autonomia e trabalho coletivo, e na pesquisa como um lugar de fronteira. Em sua análise sobre o PL6840/13, que propõem uma reforma do Ensino Médio, ela destacou as questões controversas do projeto que afetam o ensino de História e a formação de professores, indicando um possível apagamento da História do currículo, a possível redução de seus conteúdos a temáticas transversais, e a formação de docentes por área.
 
De minha parte busquei traçar o quadro atual em que se inserem as propostas de reformulações do Ensino Médio, identificando os cenários, seus atores e atuações contraditórias. Tenho procurado enfatizar as disputas do campo curricular que, ao largo dos avanços no campo teórico, tem feito prevalecer uma lógica de controle e redução da autonomia curricular do docente visando a obtenção de melhores índices nos exames de larga escala. Lógica que, a meu ver, se apoia no discurso mercatilizante, gerencialista e de responsabilização da educação que aposta em índices e culpabilizar o professor. Sublinhei ainda o cenário de avanço conservador e de posturas fascitizantes que pretendem amordaçar o professor e retirar do currículo os conteúdos críticos. Nesse cenário, a disciplina de História na Educação Básica, e a formação de professores de História estão sendo ameaçados, por inciativas baseadas em discursos que defendem uma formação centrada em linguagens, matemática e tecnologias, mas que escanteiam ou simplesmente suprimem disciplinas de conteúdo social e crítico.
 
Felicitamos a iniciativa da ANPUH-RJ de promover debates que se propõem a discutir e arejar ideias. Eles criam um ambiente fértil de discussão e debates, em que argumentos são as principais armas contra proposiçõespolicialescas e truculentas vindas de setores reacionários de nossa sociedade.

29 de abril de 2015

Paulo Eduardo Dias Mello

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