Diretoria da ANPUH Brasil apoia nota conjunta de repúdio ao PL 867/2014

26 Ago 2015 0 comment
Prezados Associados 

A Diretoria da  ANPUH Brasil divulga e apoia integralmente a iniciativa das Associações ANPHU/RJ e AGB/RJ de encaminhar às autoridades municipais do Rio de Janeiro NOTA DE REPÚDIO ao Projeto de Lei de autoria do vereador Carlos Bolsonaro  referente ao “Programa Escola sem Partido”.



O documento que segue para conhecimento dos Associados representa uma iniciativa de extrema importância:    



NOTA DE REPÚDIO AO PROJETO DE LEI Nº 867/2014

DA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2015.

Excelentíssimo Senhor Prefeito EDUARDO PAES

Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Excelentíssimo Senhor Vereador JORGE FELIPPE

Presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Excelentíssimo Senhor Vereador CARLOS BOLSONARO

Autor do Projeto de Lei nº 867/2014

Excelentíssimo Senhor Vereador PAULO MESSINA

Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Excelentíssimo Senhor Vereador REIMONT

Vice-Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Excelentíssimo Senhor Professor ROGÉRIO ROCAL

Vogal da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Excelentíssima Senhora HELENA BOMENY

Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro

 

Excelentíssimos Senhores Vereadores,

A Associação Nacional de História, Seção Rio de Janeiro, e a Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Rio de Janeiro, vem por meio deste ofício manifestar seu repúdio ao Projeto de Lei nº 867/2014 da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, de autoria do Vereador Carlos Bolsonaro. Este projeto visa criar, no âmbito do sistema de ensino do município, o “Programa Escola Sem Partido”. Entendemos que o programa ao qual o projeto se refere constitui um ataque direto a qualquer projeto de educação emancipadora e crítica.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação e os Parâmetros Curriculares Nacionais apontam enfaticamente a importância da formação para a cidadania, que exige que a escola se torne o espaço da construção da ética, da pluralidade política, filosófica e religiosa, a partir de princípios democráticos. Essas são diretrizes nacionais que regem atualmente a educação, e que não podem prescindir que a escola seja esse espaço diversificado para a livre reflexão. O projeto em questão propõe distorções a princípios norteadores dessas legislações, impedindo que os professores manifestem posições, pensamentos, compartilhem reflexões com alunos, ou seja, tudo aquilo que torna a sala de aula um espaço decisivamente diverso e plural.

Desse modo, a ANPUH-RJ e a AGB-RJ – em consonância com a moção aprovada no IX Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História e IV Encontro Internacional do Ensino de História, realizado em Belo Horizonte, em 20 de abril de 2015 e com o repúdio manifestado por outras associações científicas – repudia qualquer iniciativa legislativa que entenda a política como algo possível de ser apartada da experiência e do cotidiano dos sujeitos sociais e do processo educativo. A política, em seu sentido amplo, histórico e filosófico, é inerente à educação.

Reafirmamos, portanto, nosso repúdio à tentativa de cerceamento às práticas educativas em seu cunho de reflexão plural, crítica e a seu caráter intrinsecamente cultural e político, representada pelo Projeto de Lei nº 867/2014.

Associação Nacional de História - Seção Rio de Janeiro - ANPUH Rio

Associação dos Geógrafos – Seção Rio de Janeiro - AGB Rio 

 
Além de  apoiar a iniciativa de colegas do Rio de Janeiro, a Diretoria ressalta a  importância de nos posicionarmos firmemente contra esse tipo de proposta que contraria todos os princípios que norteiam o “ofício” do historiador.

Cordialmente,

Maria Helena Rolim Capelato

Presidente da ANPUH Brasil 

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