CONGRESSO “INDEPENDÊNCIAS DO BRASIL”

CONGRESSO “INDEPENDÊNCIAS DO BRASIL”

CARTA CONVITE 01 (Proposição de Simpósios Temáticos)

Prezados e Prezadas colegas,

A Associação Nacional de História (ANPUH) e a Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos (SEO) têm o prazer de convidá-los(as) para participarem do Congresso “Independências do Brasil” que será realizado, de forma virtual, entre os dias 29 de agosto e 02 de setembro de 2022.

Para além de um evento comemorativo, este congresso busca reflexões sobre as diferentes interpretações acerca do processo de Independência do Brasil e sobre a efeméride do Bicentenário (1822-2022), em conexão com outros marcos históricos relacionados ao longo do tempo. Questões não faltaram à historiografia, e a outros campos do conhecimento que se interessam pela história, desde o século XIX até o presente, assim como debates sobre correlações de forças, projetos, processos e sujeitos sociais que compõem os dois séculos de vida nacional conduziram ao desfecho da emancipação política.

Falar em 200 anos da independência leva-nos inevitavelmente a falar da formação do Brasil, do que somos e de como os eventos foram reiteradamente abordados por diferentes grupos e interesses em cada processo de comemoração. Assim foi no centenário em 1922, que não coincidentemente acontecia quando eclodiu a Semana de Arte Moderna e que recolocou em debate os impasses do ser brasileiro. No Sesquicentenário, em 1972, em plena ditadura militar, as Forças Armadas se apropriaram dos símbolos da independência na promoção de seus projetos autoritários. Por fim, o Bicentenário, que se dará em 2022, coincidirá com um momento de intensa crise política e democrática.

Diante da importância historiográfica e política do Bicentenário da Independência do Brasil, a Associação Nacional de História (ANPUH) e a Sociedade Brasileira de Estudos do Oitocentos (SEO) propõem conjuntamente um evento para discutir as Independências do Brasil a partir de diferentes histórias conectadas e cruzadas, em distintas escalas de leitura temporal e espacial, considerando sua diversidade local e regional, seus elos internacionais, seus aspectos transnacionais, suas implicações na formação de nossa(s) identidade(s), bem como abrindo espaços para novas perspectivas de análise, tendo em vista que o tema é sumamente inesgotável. Nosso objetivo é que o evento seja uma janela para a compreensão dos vínculos entre passado e presente no campo do conhecimento histórico.

O congresso abrirá espaço para profusas vozes e leituras, outras centralidades e amplos testemunhos ignorados pela historiografia, em especial de negros, indígenas, mulheres e estrangeiros, entre outros. Em busca da revelação de um projeto nacional, por muito tempo foi reafirmada uma pretensa unidade da América de colonização portuguesa ao tempo da independência. Periodizações inventadas segundo o molde e geopolítica da Corte do Rio de Janeiro guardaram e esconderam conflitos sobre os diferentes ângulos do “caráter” separatista da nova nação. Ocultaram também os seus diferentes interesses políticos envolvidos, fossem eles conservadores, reformistas, revolucionários ou messiânicos. A polissemia da Independência pode ser, então, um ponto de partida para o debate sobre o papel das instituições, suas rupturas e continuidades, assim como para os questionamentos sobre a produção histórica, sociológica, literária, artística e política dedicada ao tema. O ponto de encontro das pesquisas deve, portanto, dialogar com os inúmeros modos de ver, assim como com as diversas práticas de ler e olhar, com as assimetrias, centros e periferias da historiografia brasileira. Por esses motivos, é muito importante lançar novos questionamentos sobre a produção e a circulação de imagens, textos e memórias. É essencial, ainda, considerar a produção de acervos e coleções, bem como os silêncios e ocultamentos. Assim, será possível pensar sobre as múltiplas narrativas e apropriações que moldam o modo como percebemos, interpretamos e divulgamos o conhecimento historiográfico da independência.

Debater a Independência do Brasil, no atual contexto político, além de um diálogo entre o presente e o passado, implica também olhar para o futuro, refletir sobre o país que queremos ser, bem como sobre a cidadania, os direitos, a inclusão, a liberdade, a diversidade e tudo o que seja importante para a busca do bem-estar e felicidade daqueles que vivem neste país.

O Congresso “Independências do Brasil” contará com uma programação composta por: conferências, mesas redondas, simpósios temáticos, divulgação de vídeos, podcasts, dentre outras formas de comunicação digital.

Essa primeira carta objetiva convidá-los(as) a enviar propostas de simpósios temáticos que, a partir da efeméride do Bicentenário da Independência, deverão ter como referência os eixos temáticos listados a seguir:

● Africanos, seus descendentes e libertos
● As comemorações das Independências
● As múltiplas centralidades das Independências
● Ciência e Educação
● Cultura política
● Dimensões das artes
● Economia
● Ensino de História
● Escravidão
● Gênero
● Historiografia
● História Pública
● Indígenas
● Instituições e direito
● Histórias Transnacional e/ou Global
● Movimentos políticos e sociais
● Patrimônio, arquivos

Como uma das principais atividades do Congresso “Independências do Brasil”, os Simpósios Temáticos são espaços para apresentação e discussão de pesquisas concluídas ou em estágio avançado de desenvolvimento.


Normas para proposição de Simpósios Temáticos:

● As propostas deverão ser enviadas até 30 de novembro de 2021 (23:59 – horário de Brasília) no seguinte endereço eletrônico: https://www.independenciasdobrasil2022.anpuh.org/
● Cada simpósio deverá ter de dois(duas) a três coordenadores(as) vinculados(as) a instituições diferentes e de estados diferentes.
● Os(As) coordenadores(as) deverão: ter titulação de doutor(a); ser associados(as) à ANPUH ou à SEO; estar em dia, no ato da inscrição, com a anuidade 2021 de uma das associações.
● O envio de proposta é gratuito. As propostas aprovadas posteriormente pagarão uma taxa de R$100,00 por proponente para confirmar a inscrição.
● A proposta de Simpósio Temático deverá conter:

▪ Título do simpósio temático;
▪ Nome completo, filiação institucional e e-mail dos(as) coordenadores(as)
▪ Eixo Temático
▪ Resumo contendo objetivos e justificativa da relevância da proposta (entre 250 e 300 palavras)

● Os(As) coordenadores(as) poderão apresentar trabalho nos ST´s que organizarem.

Avaliação das propostas de Simpósios Temáticos:

● Cada proposta de simpósio temático será avaliada no sentido de verificar o atendimento aos requisitos definidos nessa carta convite; o mérito acadêmico e a adequação aos propósitos principais do congresso.
● Serão aceitos até dois simpósios por eixo temático. A Comissão Organizadora poderá sugerir aos proponentes a fusão de propostas de simpósios temáticos.
● Os simpósios temáticos aceitos que não alcançarem o número de 10 inscritos(as) terão seus proponentes de comunicação remanejados.
● A relação dos simpósios temáticos aprovados será divulgada em 15 de dezembro de 2021.
● Qualquer dúvida, deve ser encaminhada para o email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. .

Cronograma Geral:

25/10/2021 - Divulgação da Convocatória 01
30/11/2021 - Prazo final para inscrição de propostas de Simpósios Temáticos
15/12/2021 - Divulgação do resultado das avaliações das propostas de Simpósios Temáticos
20/12/2021 - Início das inscrições de trabalhos nos Simpósios Temáticos

Comissão Organizadora:

Aldrin Moura de Figueiredo (UFPA)
Alexandre Mansur Barata (UFJF)
Andréa Slemian (UNIFESP)
Cristiane Maria Marcelo (UESPI)
Helen Osório (UFRGS)
Ítalo Domingos Santirocchi (UFMA)
Keila Grinberg (UNIRIO/University of Pittsburgh)
Lucia Maria Bastos Pereira das Neves (UERJ)
Luiz Carlos Villalta (UFMG)
Mário Augusto Carvalho Bezerra (UFMA)
Yuri Givago Alhadef Sampaio Mateus (UFMA)

Comissão Científica:

Alfredo Ávila (UAM, México)
Ana Frega (Universidad de La Republica, Uruguai)
Andrea Lisly (UFOP)
Carlos Garriga (UPV, Espanha)
Daniel Munduruku (USP)
Hendrilk Kraay (University of Calgary, Canadá)
Ivana Frasquet (UV, Espanha)
Ismênia de Lima Martins (UFF)
Jhony Santana de Araújo (UFPI)
José Luis Cardoso (ICS, Portugal)
José Damião Rodrigues (Universidade de Lisboa, Portugal)
João Paulo Pimenta (USP)
Javier Fernandez Sebastián (UPV)
Kirsten Schultz (Seton Hall University)
Leila Algranti (Unicamp)
Maria Adelina Amorim (Universidade de Lisboa, Portugal)
Maria Lígia Prado (USP)
Marcus Carvalho (UFPE)
Magda Ricci (UFPA)
Marcela Echeverri (Yale, Estados Unidos)
Marcelo Cheche (UEMA)
Maria Cristina Soriano Gomez
Neuma Brilhante (UnB)
Nuno Monteiro (ICS, Portugal)
Noemi Goldman (Universidad de Buenos Aires e Instituto Ravignani)
Roberto Di Stefano (Argentina)
Roquinaldo Ferreira (University of California at Los Angeles, UCLA, Estados Unidos).
Temístocles Cézar (UFRGS)
Wilma Peres Costa (UNIFESP)
Wlamyra Albuquerque (UFBA)
Ynaê Lopes dos Santos (UFF)