Compartilhar tornou-se um dos verbos mais conjugados e praticados nas sociedades contemporâneas. Compartilha-se a foto, o vídeo, o texto. Apenas um click e fazemos circular, ou viralizar, as mais diversas produções. Mas será que temos ciência do significado do termo e, especialmente, suas potencialidades? Uma rápida ida ao dicionário nos indica que “compartilhar” significa “repartir”, “dividir”, “participar”, “tomar parte”, “utilizar em rede”.

 

Na produção do conhecimento histórico, isso implica considerar que a História, enquanto prática e escrita, está em constante movimento e não se faz unilateralmente, apenas amparada na autoridade do historiador e da historiadora. Ao contrário, o que a chamada História Pública tem nos mostrado é que a construção do conhecimento histórico é feita e refeita na esfera pública, com as audiências, e não apenas por meio de textos. Na era da hiper-digitalização, somos bombardeados(as) por imagens fixas e animadas. São milhares de fotografias, desenhos, memes, gifs, vídeos, mídias audiovisuais como um todo, que constroem narrativas e representações. Neste sentido, o ato de “compartilhar” implica muito mais do que “repartir” e passar adiante. “Compartilhar” significa “tomar parte”, pois, como nos lembra Martine Joly, a imagem depende do sujeito tanto para produzi-la quanto para reconhecê-la e atribuir-lhe significado.

 

Neste espaço da ANPUH-Brasil denominado “História Aberta”, você, público historiador e não-historiador, poderá tomar parte das mais variadas mídias dedicadas a temas históricos e historiográficos. Também encontrará os cursos e oficinas que pretendem partilhar a construção do conhecimento histórico com amplas audiências, na esfera pública e nas redes. É nosso desejo que essas produções e iniciativas, pautadas em dar visualidade ao passado, ensejem o pensamento crítico e a construção partilhada de um conhecimento histórico plural, diverso e democrático.