A SOCIALIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO: INSTRUÇÃO POPULAR E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO (1873-1934)

(...) O Brasil, a partir justamente da década de 1930, entrou na forma específica de operar as relações sociais capitalistas. Mas, a classe dominante brasileira não seguiu os ditames das revoluções burguesas clássicas as quais buscaram constituir nações autônomas e soberanas e que, para tanto, não bastava uma educação adestradora e disciplinadora da classe operária. Implicava preparar os trabalhadores para o trabalho complexo e, contraditoriamente, dando-lhes elementos para sua auto-organização.

Nossa classe dominante optou por se inserir na ordem mundial do capitalismo de forma subordinada aos grandes centros do capital. Estruturou, deste modo, nos termos de Florestan Fernandes, uma sociedade de capitalismo dependente e de modernização conservadora mantida, no plano político, pelo autoritarismo. A modernização conservadora expressa um capitalismo que se modifica, mas mediante um desenvolvimento desigual e combinado. Uma concentração absurda de propriedade e riqueza que se nutre da pobreza e miséria da maioria; nichos de alta tecnologia que exigem formação para o trabalho complexo combinados com formas precárias de produção condenando a maior parte dos trabalhadores a uma formação adestradora e restrita para ao trabalho simples e um amplo campo de informalidade e precarização. (...) Gaudêncio Frigotto

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  • Editora: Lutas Anticapital
  • Autor(a): Carmen Sylvia Vidigal Moraes