OBITUÁRIO DE FRANCISCO CARLOS CARDOSO COSENTINO (16/04/1953-12/10/2016)

É com muito pesar que informamos sobre o falecimento do prof. Francisco Cosentino, na noite do dia 12 de outubro de 2016. Graduado em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986), mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (1992), doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (2005), e pós-doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010-2011), era Professor Associado da Universidade Federal de Viçosa. Autor do livro Governadores Gerais do Estado do Brasil (séculos XVI-XVII: ofício, regimentos, governação e trajetórias) publicado pela Annablume e referência para estudo dos Governadores Gerais do Brasil, preenchendo lacuna importante na historiografia. Sua atividade de pesquisa focava os governos gerais do Estado do Brasil e o vice-reinado da Nova Espanha nos séculos XVI e XVII. Concentrava sua atividade de pesquisa nas relações entre os governos gerais do Estado do Brasil, os governos das capitanias e Câmaras Municipais durante o século XVII. Era também pesquisador do Laboratório de História Econômica e Social (LAHES) da UFJF, professor colaborador do Programa de de Pós-graduação em História da UFRN e da UFJF.

O professor Cosentino estava com sérios problemas de saúde desde abril e que infelizmente tiveram uma piora gravíssima nos últimos meses, levando-o a uma cirurgia de emergência na quinta passada e que apesar de um quadro inicial estável, ele não resistiu.

Após a também precoce morte da professora Fátima Gouvea, sua orientadora e mentora, vinha, junto aos outros orientandos da professora Fátima, como Monica da Silva Ribeiro e Marília Nogueira, prosseguir com os ensinamentos da historiadora da UFF, tentando trazer debates inovadores e uma perspectiva de pensar o império português como um todo, sempre com um olhar comparativo com o império espanhol. Para tanto, Francisco Cosentino e Monica Ribeiro criaram o grupo de pesquisa

Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura, que vem sempre se apresentando nos eventos da ANPUH nacional e o EIHC.

Ele estava muito feliz com os vários projetos encaminhados, como o grupo de discussão que englobava historiadores de toda as regiões do Brasil, composto por Rafael Chambouleyron, Nauk Maria Jesus, José Carlos Vilardaga, Antonio Filipe Pereira Caetano, Carmen Alveal, Fabiano Vilaça dos Santos e Monica da Silva Ribeiro e cujo primeiro resultado, o livro Dinâmicas sociais, políticas e judiciais na América lusa: hierarquias, poderes e governos (séculos XVI-XVIII), organizado por Antonio Filipe Pereira Caetano, foi lançado no EIHC de Salvador, mas que ele próprio já não pôde estar presente.

Além disso estava muito feliz com seus orientandos de iniciação científica da UFV e que estavam fazendo mestrado e doutorado em outras instituições: Ana Paula Moreira Magalhães, Beatriz Carvalho dos Santos, Daniela Rabelo Costa Ribeiro Paiva, Hugo André Flores Fernandes Araújo, João Henrique Ferreira de Castro, Renato de Souza Alves e Sarah Cristina Santiago Barcelos Soares. Estava também muito contente com seus dois primeiros orientandos de mestrado Leonardo Paiva de Oliveira e Marcos Arthur Vianna Fonseca.

Fará muita falta a amizade, o dinamismo, a interlocução generosa de Francisco Cosentino. Será lembrado não apenas pelas experiências acadêmicas, mas por ser um grande gourmet e cozinheiro. Os congressos e viagens de pesquisa sempre foram uma excelente justificativa para conhecer bons restaurantes. Não se furtava em cozinhar para os amigos, sobretudo em Lisboa. Em terras lusas, fez jantares espetaculares na casa de Carla Maria Carvalho de Almeida, e um cassoulet na casa de Carmen Alveal. Fabiano Vilaça lembra de sua última viagem a Lisboa, em fevereiro desse ano, quando, ao jantar com Cosentino, o mesmo estava tão feliz com as suas conquistas e planos – e eram muitos – e que ele dedicava às netas, para que no futuro tivessem muito orgulho dele. E terão!!

Nesse ano de 2016 estava muito feliz por ter recebido o prêmio de pesquisador da FAPEMIG, que lhe permitiria aprofundar a pesquisa que vinha desenvolvendo das relações do Governador Geral com alguns governadores de capitanias principais e capitães-mores de capitanias menores, e estava escrevendo um livro.

Lamentamos muitíssimo a perda de valoroso colega, entusiasta de jovens pesquisadores e também de um grande amigo.

Solidarizamo-nos com os familiares do Professor, e desejamos conforto e força nesse momento tão difícil.

Francisco Cosentino deixa a esposa Antonieta, dois filhos, Ana e Daniel e duas netas, para quem era só sorrisos.

Antonio Filipe Pereira Caetano

Carmen Alveal

Fabiano Vilaça dos Santos

José Carlos Vilardaga

Monica da Silva Ribeiro

Nauk Maria de Jesus

Rafael Chambouleyron