INFORME DO GT DE ENSINO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO ÀS DIREÇÕES DA ANPUH - NOSSO POSICIONAMENTO SOBRE O ENSINO REMOTO

Em tempos de Pandemia, professores(as/es) do ensino básico e do ensino superior estão sendo demandados a darem continuidade a suas atividades pedagógicas e, com isso, ministrar aulas para seu público, de alguma forma. Surgiram muitas questões, o que levou a oferta do ensino remoto e suas condições a serem debatidas pelas diferentes entidades, profissionais e instituições, com posicionamentos diversos, democraticamente.

Em uma sociedade historicamente cindida e excludente, a precariedade da escola pública vem afetando a educação e o ensino-aprendizagem de história em sua modalidade presencial e sendo objeto de estudos do campo da educação e do ensino de história há muitas décadas. Ela se reflete repetidamente em indicadores como o IDEB e na ausência de estímulo para ensinar e aprender. A educação pública está sofrendo agora com o ensino remoto emergencial por conta da ausência de gestão pelo poder público, o que agrava o quadro de desesperança de todos, familiares e professores, além dos alunos. Ou seja, nosso problema é anterior, de educação em uma sociedade excludente, e se reflete no que é oferecido ao público, seja presencial ou remoto.

O diagnóstico presente no Manifesto sobre a adoção de atividades de ensino remoto durante a pandemia da Anpuh Nacional está correto, mas precisa redimensionar o foco de sua crítica. Problemas como os citados no manifesto e aqui, que extrapolam o ensino remoto, devem estar na pauta permanente da associação. Além disso, assume, neste momento, somente a crítica ao ensino remoto na pandemia. Ocorre que ele, com seus acertos e mazelas, está acontecendo, pois é a alternativa que as redes de ensino encontraram para responder a uma demanda social difusa pelo funcionamento da educação escolar.

Nossa posição é que devemos conhecer melhor como o Ensino Remoto Emergencial está acontecendo em todo o Brasil e o que é possível fazer para ajudar os professores do ensino básico para que consigam responder com o menor desgaste e dentro do que lhes cabe à necessidade histórica do momento de pandemia. É isso que muitos professores estão fazendo informalmente e cooperativamente entre si. Como exemplo de apoio, uma das questões candentes é que história ensinar, em momento tão grave. A construção de arquivos e testemunhos sobre a pandemia tem sido um caminho relatado por colegas.

Vamos juntos contribuir com elementos para essa discussão, para além da crítica a gestores que apresentam soluções superficiais, que mascaram a ausência de solução? E, mais que isso, vamos ajudar a encontrar soluções? Para tal, o GT Nacional em sua página do Facebook abriu espaço para o debate e acolhimento de experiências que nos ajude e também aos(as) professores(as) de História a enfrentarmos o problema, criticando a situação e vislumbrando possibilidades de refletir junto a nossos alunos sobre os acontecimentos do tempo presente.

Como GT de Ensino de História e Educação da Anpuh, abrimos o debate sobre o que não pode ser negado: a necessidade de discutir alternativas ao ensino presencial enquanto estivermos em isolamento social, para que o ofício de ensinar e aprender história seja realizado no ensino básico e no ensino superior de forma solidária entre nós. Somos todos Anpuh.

Helenice Rocha, Juliana de Andrade e Mônica Martins da Silva