O Fórum dos Programas de Pós-Graduação em História, da Associação Nacional de História (Anpuh-Brasil), recebeu com estupefação e profundo pesar a decisão tomada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), do estado do Rio Grande do Sul, de fechar o seu Programa de Pós-Graduação em História, referência nacional por sua excelência ao longo de décadas, sob a alegação de que se faz necessário “promover o equilíbrio financeiro da instituição e sua preparação para crescer de forma sustentável nos próximos anos”.
Destrói-se, com tal decisão da renomada instituição de ensino mantida pela Associação Antônio Vieira, da ordem dos jesuítas, um patrimônio inestimável, em termos de recursos humanos e de conhecimentos, construído por diferentes profissionais desde 1987, objeto de admiração em todo o país. Grupos de pesquisa e revistas acadêmicas desaparecerão. Carreiras de pesquisadores, docentes e discentes, serão ceifadas, gerando consequências desastrosas para a formação de recursos humanos e para a produção do conhecimento histórico. Toda uma história de excelência e de êxito acadêmicos se aniquila.
Decisão prejudicial para os docentes e discentes da Unisinos, é danosa igualmente para o campo da História e para o sistema nacional de Pós-Graduação. Por tudo isso, além de afetar profundamente a reputação da UNISINOS e de sua mantenedora, o fechamento do Programa de Pós-Graduação em História traz um dano enorme para a educação superior e a historiografia brasileiras.
De todos esses pontos de vista, portanto, a posição da Unisinos é lamentável, indigna da memória do padre jesuíta Antônio Vieira e da orientação da Companhia de Jesus. Era de se esperar outra resposta da universidade e de sua mantenedora em reação aos desacertos das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Educação e pelo Governo do atual Presidente, que é verdadeiramente inimigo da Educação, das Universidades e da soberania nacional. A violência representada pela decisão da Unisinos e da Associação Antônio Vieira está à altura de um governo que não vislumbra senão armas, mortes e destruição!
São Paulo, 24 de julho de 2022.
