Estamos em época oportuna para lembrar a canção que diz que “A história é um carro alegre cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”. Não pretendemos debater quaisquer endereçamentos teóricos nela presente, queremos apenas animar a todos e todas da ANPUH, sugerindo que os tempos e situações difíceis que temos enfrentado hoje passarão. Evidentemente, a pandemia e as decisões políticas de enfrentamento à COVID-19 vão passar deixando consequências e marcas que ainda não conseguimos precisar, mas que estarão sujeitas aos crivos tão polifônicos da História. Apesar da pandemia do novo Coronavírus ter se tornado, com razão, a nossa maior preocupação no último mês, pela dimensão incontornável dos impactos imediatos na vida, na saúde, no trabalho, na educação e na economia, ou até por ter despertado nos historiadores e historiadoras tantas riquezas nas formas de leituras possíveis quanto às epidemias do passado ou temas que se correlacionam agora, contribuindo para percebermos potências e fragilidades do presente, nosso informe mensal também quer resgatar e divulgar algumas outras preocupações que tomaram conta da entidade.
Em março, a pandemia gerou um congestionamento compreensível dos trâmites políticos legais e não tivemos novos encaminhamentos quanto ao projeto de regulamentação da profissão, mas outras ações relacionadas às portarias de governo nos mobilizaram, a exemplo da solicitação incansável de revogação da Portaria nº 34 da CAPES, que dispõe sobre fomento a cursos de pós-graduação stricto sensu. Junto a outras entidades e a partir das mediações da SBPC, escrevemos e assinamos a carta que pode ser conferida no link http://portal.sbpcnet.org.br/wp-content/uploads/2020/03/Of.-SBPC-038-ao-Presidente-da-Capes.pdf .
Outro destaque de março foi a produção de conteúdos virtuais de historiadores e historiadoras para a campanha da ANPUH intitulada #DitaduraNuncaMais, produzida a partir de projeto de divulgação científica de Valdei Araújo, editor da Revista Brasileira de História, e fortemente veiculada nas redes sociais, mantendo uma audiência recorde nos assuntos debatidos no Twitter durante todo o dia de “aniversário” do golpe de 1964. Por fim, um empenho da entidade neste último mês foi de âmbito administrativo, num profícuo debate e em estudos financeiros para ampliarmos os prazos do desconto de anuidade de março para o dia 31 de maio de 2020, como forma de, mesmo à distância, estender as mãos e colaborar com lutas outras, de estudantes e professores neste cenário de crise e incertezas, lembrando oportunamente que maio é o mês da luta do trabalho, de trabalhadores e trabalhadoras do mundo. Outras ações estão sendo estudadas para que a ANPUH possa ser, no presente, parte coerente do projeto de futuro que alimentamos com a luta por um mundo melhor, algo certamente compartilhado pela comunidade historiográfica.
Em tempos de pandemia, desejamos saúde a todas e todos e informamos que estamos operando de forma remota, enquanto durar os decretos de isolamento social. E nunca é pouco dizer: quem puder, fique em casa.
