REVISTA CANTAREIRA

A Revista Cantareira lança sua 15a edição (jul/dez 2011), dedicada à História e Biografia.

A maior parte dos artigos desse número trata da biografia enquanto heurística, abordando diferentes espaços e periodizações. Ariadne Costa analisa as estratégias de ascensão social na Capitania do Maranhão através da trajetória de José Gonçalves da Silva, senhor de terras e escravos, negociante, militar e político. Bruno Silva aborda aspectos da vida e da obra de Domingos Loreto de Couto, cronista luso-brasileiro comprometido com a construção de identidades sociais pernambucanas. Wesley Kettle examina de que modo o "Inventário da Natureza" de Antonio Landi, realizado na segunda metade do século XVIII, foi apropriado pela literatura acadêmica para a valorização da história da Amazônia colonial. A partir da trajetória do professor, gramático e filólogo Hemetério dos Santos, Marcela Gomes discute a postura crítica de intelectuais diante da discriminação racial e do ensino excludente no Brasil da Primeira República. André Vargas recupera os argumentos do pensador político Henrique Galvão, opositor do salazarismo e do Estado Novo. Elenita Pereira resgata a rede de relações tecida pelo delegado florestal e fiscal do Ministério da Agricultura Henrique Luiz Roessler, personagem que se dedicou à proteção da natureza no Rio Grande do Sul entre os anos de 1939 e 1963. E William Oliveira analisa o papel assumido por Franco da Rocha na reorganização da assistência aos alienados em São Paulo e no desenvolvimento da medicina mental no Brasil.

Um segundo eixo analítico explorado pelos artigos do dossiê é representado pelas discussões teórico-metodológicas. Lívia Conceição realiza uma reflexão sobre o gênero biográfico, indagando sobre a possibilidade de uma relação entre narrativa biográfica e escrita da história. E José Inaldo Jr. analisa o retour da biografia no debate historiográfico a partir da proposta da micro-história italiana.

A presente edição é coroada com uma entrevista concedida pelo professor Benito Bisso Schmidt (UFRGS), em que reconstitui aspectos de sua trajetória acadêmica e discute algumas das questões mais polêmicas sobre o método e o gênero biográfico.

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