A seção regional do estado de Goiás da Associação Nacional de História - ANPUH foi fundada em reunião que ocorreu no dia 12 de dezembro de 1978 nas dependências do Departamento de História e Ciências Sociais da Universidade Católica de Goiás. O professor Sérgio Paulo Moreyra, sob orientação da ANPUH Nacional, convidou todos os professores universitários de Goiás para se mobilizarem em uma organização de resistência contra a implementação da licenciatura de curta duração em Estudos Sociais.

No período entre 1978 e 1984 a regional da ANPUH se dedicou a realizar alguns encontros regionais, participar de mobilizações sociais, dialogar com movimentos de outros setores da sociedade e realizar debates sobre a implementação daquela licenciatura. Após um período inativa, a regional retomou as suas atividades em 1994, ano em que uma comissão provisória conseguiu reorganizar e reestruturar a associação com o objetivo de eleger uma nova diretoria, permanecendo até os dias atuais. No ano de 2010, a ANPUH GO atualizou o registro de sua Ata de Fundação no cartório da Cidade de Goiás.

Após um breve período sem eleição de nova diretoria (2017-2020), um grupo de pessoas se reuniu para começar as discussões para a elaboração do edital de convocação para novas eleições da ANPUH GO. Em maio de 2020 definiu-se a lista de nomes que aceitaram compor uma chapa única, cuja eleição foi realizada em julho e a posse no dia 19 de agosto de 2020. Dentre os objetivos propostos pela chapa Goiás Plural, um deles foi o de promover a divulgação científica de trabalhos produzidos por pesquisadores e pesquisadoras, professoras eprofessores, graduandos e graduandas e demais pessoas que atuam no processo de construção e difusão do conhecimento histórico em Goiás.

Ao elaborar-se o novo site da ANPUH GO, foi inserida uma aba para disponibilizar os links de acesso aos periódicos que existem no estado: neste espaço, os filiados e filiadas, mas também o público em geral pode conhecer o resultado de um fluxo de produção de conhecimento no campo da História, promovido por diversas instituições e pessoas engajadas nesse trabalho: História Revista (UFG), Revista Mosaico (PUC Goiás), Revista de Teoria da História (UFG), Revista OPSIS (UFCAT), Revista Emblemas (UFCAT), Revista TemporisAção (UEG), Revista Anômalas (UFCAT), Revista Me Conta Essa História (UFJ), Revistas do IFG e outras que dialogam com o campo da História numa perspectiva multi ou interdisciplinar.

Nesse sentido, hoje lançamos a CALIANDRA - Revista de História da ANPUH GO, não para disputar espaços, mas fortalecer um processo de construção coletiva de conhecimento que já vem se realizando com reconhecida qualidade no estado. O periódico tem a intenção de participar desse esforço e ampliar possibilidades de divulgação científica, numa perspectiva plural e democrática.

Para isso, a revista foi pensada a partir de inúmeras sugestões, através de reuniões com membros da diretoria, coordenações de Grupos de Trabalho (GTs) e consulta aos filiados e filiadas, utilizando-se de formulários virtuais. Neste percurso, fizemos uma primeira consulta para coletar sugestões de nomes para o periódico. Numa segunda etapa, disponibilizamos as sugestões apresentadas e o nome mais votado foi esse que agora intitula a revista. CALIANDRA, conforme o autor da sugestão, é o nome de uma flor típica do cerrado que representa práticas e vivências plurais. Essa é a intenção desse espaço, para o qual contaremos com um conselho editorial composto por pessoas de diferentes instituições do estado e do país. A equipe editorial estará assim composta: Kênia Érica Gusmão Medeiros e Cristiano Nicolini, como editores chefes; Álvaro Ribeiro Regiani, Ana Carolina Eiras Coelho Soares, Eliane Martins de Freitas, Ricardo Lenard Alves e Thais Alves Marinho, como editores científicos.

A Caliandra - Revista de História da ANPUH GO pretende ser um espaço amplo de discussão acadêmica de temas históricos. Tem como objetivo a publicação de produções originais resultantes de pesquisa científica e outros tipos de textos como:

• Artigos: resultados de pesquisa empírica ou conceitual.
• Resenha: revisão crítica de livros publicados nos últimos três anos.
• Tradução: artigos e capítulos de livros. Não há restrições quanto ao idioma do texto de partida. As traduções devem ser acompanhadas com a autorização por escrito do(s) autor(es) ou da(s) entidade(s) detentora(s) de seus direitos para publicação na revista Caliandra.
• Divulgação científica: textos em formato acessível ao grande público que visem divulgar pesquisas históricas publicadas há no máximo doze meses.
• Histórias de escola: narrativas acerca de experiências em escolas pela perspectiva da educação histórica.
• Acervos e Fontes: textos de apresentação de acervos e fontes históricas.
• Demandas do dia: temas contemporâneos (políticos, artísticos e etc) a partir da perspectiva teórico-metodológica da História.
• Entrevistas: entrevistas que tratam sobre Histórias de vida (como linha da história oral e com as problematizações históricas) e vidas com a História (traz a camada do fazer acadêmico, da história como ofício, para o caso de entrevistas com historiadores).
• Poemas: criações artísticas e emoções humanas no tempo/espaço.
• Espaço dos GT’s: publicações de trabalhos desenvolvidos pelos Grupos de Trabalho da ANPUH GO, seja na esfera regional ou nacional, individualmente ou em parceria com outros grupos.

Neste volume especial, publicamos textos enviados por pessoas que colaboraram para o lançamento da CALIANDRA. Para 2022, publicaremos a edição n. 1, em maio, e a n. 2, em outubro. Já estamos com um dossiê em fase de encaminhamento, coordenado pelo GT História e Patrimônio Cultural e pelo GT Histórias Públicas. Em breve lançaremos chamadas para novos dossiês.

Diante dos ataques à ciência e da desvalorização do saber histórico construído e ensinado nas diversas instituições, seguimos resistindo e insistindo que a História não pode ser objeto de encastelamento e apropriação por interesses particulares: o conhecimento cientificamente produzido, nos diversos espaços e pela pluralidade de sujeitos e sujeitas deve ocupar os mais diversos espaços e dialogar com o público, seja através de modelos convencionais ou através de novas linguagens, sem perder de vista a rigorosidade metódica e a dimensão ética do fazer historiográfico.

Deixamos um convite para a leitura e submissão de textos diversos que celebrem a História como educação, ciência e ampliação de horizontes para a humanização.