DOENÇA E CATIVEIRO: UM ESTUDO SOBRE MORTALIDADE E SOCIABILIDADES ESCRAVAS NO RIO DE JANEIRO, 1809-1831

Mercê duma metodologia adequada ao cruzamento das fontes utilizadas (livros de óbitos, inventários post-mortem, estatísticas demográficas e sanitárias, textos de medicina, relatos de viajantes e memorialistas, etc.), Keith Barbosa atingiu plenamente os seus objetivos: doença e mortalidade escrava nos subúrbios do Rio de Janeiro, através do estudo comparativo das freguesias de Irajá (1809-1815) e Candelária (1820-1831), representando o principal centro comercial do Rio de Janeiro Imperial e adjacências.

Na realidade este trabalho com uma análise histórica apurada, permitiu chegar a ambiências da escravidão entre fronteiras dos espaços urbanos e rurais, áreas de confluências, cotidianos, onde a miséria e violência eram apanágio das duas freguesias. O fluxo intenso nessas estradas e atalhos que ligavam esse microcosmo social, eram espaços de sociabilidades escravas mas também de doença e morte.

A origem dos escravos (africanos e crioulos), os seus ambientes, tipo de trabalho, condições de vida, alimentação e moradia foram essenciais para compreender os dados numéricos acerca da doença, cura e a morte, a nível da sua procedência, idade, gênero, trabalho. São processos históricos complexos, que deram forma às especificidades de suas ambiências, explicativas para experiências de doença e morte que marcaram profundamente as suas vidas.

Informações adicionais

  • Editora: CRV
  • Autor(a): Keith Valéria de Oliveira Barbosa