O presente projeto editorial, intitulado “Escola sem Partido, neoconservadorismo e neoliberalismo na educação: reflexões críticas desde Brasil, Argentina e Uruguai”, tem como objetivo analisar criticamente os desdobramentos que o avanço dos governos de partidos de extrema direita traz para o âmbito da educação desses três países latino-americanos. Proposta como um primeiro estudo comparativo entre os três países, esta coletânea de textos de autores nacionais e internacionais procura localizar aqueles pontos convergentes que, mesmo pertencendo a realidades culturais e sociais diferentes, orientam a desconstrução de históricas conquistas educacionais, tendo em vista a manifesta intenção dos partidos políticos de direita que conquistaram o governo nesses países, de quer “despolitizar” e “neutralizar” a prática educativa, para coloca-la a favor dos interesses do capital. Trata-se de uma coletânea de nove artigos e dois ensaios, de autores e pesquisadores nacionais e internacionais, que procuram analisar criticamente os desdobramentos que o avanço dos governos de partidos de direita e de extrema direita para o âmbito da educação desses três países latino americanos. Tendo como fundamento os acontecimentos sociais e políticos ocorridos no Brasil e no mundo nas últimas duas décadas, a leitura do conjunto da obra nos permite defender a seguinte hipótese de trabalho: o processo de desconstrução que vive hoje a educação pública no Brasil, na Argentina e no Uruguai é uma ação intencional que, apoiada num discurso ideologicamente “neutro”, tem como finalidade a privatização da educação concomitante ao processo de despolitização da realidade. Somos cientes de que a educação, sozinha, não pode resolver todos os problemas sociais que caracterizam as sociedades divididas em classes. Mas temos a firme convicção que propostas educativas qualitativas podem contribuir significativamente para a superação de históricas mazelas sociais e educacionais, dentre as quais destacamos o analfabetismo, as discriminações, o preconceito, a pobreza e a violência.
