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O Golpe Cívico-Militar iniciado dia 31 de março de 1964, no Brasil, abriu caminho para 21 anos de ditadura alimentada por progressiva restrição de liberdades, por violações de direitos civis, políticos e humanos, pela perseguição e intolerância diante da crítica, pela violência de Estado apoiada por interesses estranhos à soberania nacional e pelo desprezo aos valores democráticos.
Nesse longo período, o Estado foi responsável por perseguição, exilar, torturar, assassinar ou provocar o desaparecimento de milhares de brasileiras(os), além de promover intervenção, censura prévia e constante tentativa de controle sobre sindicatos de trabalhadores, movimento estudantil, universidades, imprensa, manifestações artísticas.
Quase 60 anos depois, por um impensável retrocesso para a triste memória do que foi a Ditadura, o governo federal reivindica o direito de comemorar o início do período mais obscuro para a democracia e a vida neste país.
Esse desejo de celebrar a violência não pode ser subestimado nem tolerado. Não há absolutamente nada a celebrar, só o que há é a necessidade de expressar o repúdio total e irrestrito a tudo o que foi e ainda representa a Ditadura, cujos impactos não apenas se sentiram durante sua vigência mas atravessam a sociedade brasileira até os nossos dias.
Um golpe de governo não deve ser comemorado, nem esquecido. Deve-se compreendê-lo, discuti-lo e refletir sobre suas consequências, como um alerta permanente. Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça. Para que a democracia se fortaleça.