Em reportagens veiculadas na grande imprensa em 31/agosto/2023, foram denunciados graves equívocos em relação aos “materiais digitais” das
escolas paulistas, no assim chamado “componente curricular” de História, com erros factuais grosseiros que mencionam Dom Pedro II como responsável por abolir a escravidão e o prefeito Jânio Quadros proibindo o uso de biquíni nas praias da cidade de São Paulo, em 1961! Isso é só a ponta do iceberg!

Essas informações absurdas e vexatórias dão a mostra do desleixo do atual governo com a educação pública paulista, com o processo de plataformização da educação que avança no estado de São Paulo, tal qual foi feito no Paraná, quando o mesmo secretário de educação, Renato Feder, por lá passou. A educação pública tornou-se um grande balcão de negócio$.

Some-se a isso a desastrada medida da não adesão de São Paulo aos livros didáticos do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), da qual, pressionado, teve de voltar atrás. É bom que se registre que erros grosseiros como os mencionados acima, jamais passariam no crivo do corpo
técnico de avaliação do PNLD. Contudo, a plataformização continua! Os materiais digitais plataformizados da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não têm autoria e nem bibliografia de referência, tampouco estão sujeitos a qualquer avaliação por pares ou externa. E ainda pior espera-se que os professores os apliquem mecanicamente, sem qualquer aprofundamento ou reflexão. Aos alunos cabe decorar e repetir, se tanto.

Professores, estudantes, pais/responsáveis, escolas e universidades, fomos todos tornados meros objetos dessa jogada sórdida que avança sob a
já combalida escola pública. Na cara dura, à luz do dia, com sorriso nos lábios..., o conhecimento escolar é saqueado, o presente e o futuro, precarizados. Nada parece deter a sanha dos mascates travestidos de gestores educacionais. Que se respeite o interesse genuíno das mais de 5.000 escolas da rede pública estadual paulista, seus professores de História e demais disciplinas, estudantes e pais/responsáveis.

A Associação Nacional de História, seção São Paulo, respaldada pelo Grupo de Trabalho Ensino de História e Educação, vem a público denunciar tal impudor e manifestar sua indignação ante tais fatos que assolam a educação escolar e o Ensino de História!

Grupo de Trabalho Ensino de História e Educação – GTEH-
ANPUH–SP