Prezados(as) associados(as) e colegas,
Tal como programado, no dia 29/10 ocorreu a Jornada da ANPUH História e Ética, em parceria com o PPGH da UNIRIO. Tivemos um dia intenso de debates, com resultados muito interessantes e desdobramentos que poderão ser bastante proveitosos para a nossa área. Os palestrantes brindaram o público com reflexões instigantes sobre o tema da ética em sentido amplo e a ética no trabalho do historiador. E também trataram das atividades do GT de Ciências Humanas e Sociais da Conep (Comissão Nacional de Ética na Pesquisa). Os representantes da ANPUH (Angela de Castro Gomes) e de outras entidades (Luiz Fernando Duarte - ANPOCS e Márcia Barros - SBHC) junto ao GT relataram sua atuação naquele órgão, e a sua batalha para que as especificidades das Ciências Humanas e Sociais sejam respeitadas na resolução a ser aprovada brevemente. A minuta aprovada no GT (veja aqui) foi considerada positivamente pelos participantes do evento, que agradeceram o empenho dos nossos colegas que atuam no GT, cujo trabalho foi fundamental para tornar o texto da resolução mais adequado às características da nossa área. Se o texto for mantido como está, a maioria das pesquisas na área de história não precisará ser submetida à verificação do sistema Conep. No entanto, ainda há problemas e questões que é necessário debater melhor. Por isso, decidimos manter-nos alertas e engajados, tanto para evitar retrocessos no texto, como para aperfeiçoar certos pontos da resolução durante o processo de tramitação que segue, especialmente na fase de consulta pública.
Entretanto, como estava programado também, os debates da Jornada não se restringiram à questão da Conep, e avançaram na direção dos significados e implicações da ética na atuação do historiador. As palestras e as discussões foram muito ricas e envolveram, entre outros temas, as relações entre ética e compromisso com a busca da verdade, o papel público do historiador, os cuidados éticos nos trabalhos da História Oral, o problema do plágio, os desafios implicados no ensino de história. Chegamos à conclusão que a discussão deve continuar por meio de outras atividades e eventos, como no próprio Simpósio Nacional de História de 2015, que terá uma mesa redonda sobre ética e História. Além disso, esperamos que outros grupos e instituições se envolvam na discussão, cuja complexidade demanda muita reflexão.
Ao final dos trabalhos, o grupo de historiadores que participou das mesas da Jornada (Angela de Castro Gomes, Estevão Martins, Sérgio da Mata, Verena Alberti, Márcia Barros e Carla Rodeghero) foi convidado a redigir um texto para a ANPUH. A nossa expectativa é que ele possa ser uma espécie de carta de princípios éticos para orientar o trabalho dos historiadores. Não se trata de normas prescritivas, é bom deixar claro, mas apenas de orientações gerais, com o propósito de sugerir certos cuidados no trabalho do historiador. Sobretudo, o objetivo ao elaborarmos tal carta de princípios éticos é fomentar mais discussões sobre um tema que merece maior atenção dos historiadores brasileiros.
A diretoria da ANPUH
