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Nós, historiadores associados da Associação Nacional de História - ANPUH-Brasil, manifestamos nossa preocupação com a situação da Cinemateca Brasileira, bem como nossa indignação com o descaso do governo federal brasileiro em relação à instituição que está sob sua guarda.
Em 07 de agosto de 2021, a Cinemateca Brasileira completa 1 ano fechada, o que atesta a leniência administrativa do governo federal e revela a ausência de uma política de preservação cultural de um dos maiores e mais importantes acervos do mundo sobre o audiovisual.
Sem trabalhadores especializados há mais de um ano, não há qualquer monitoramento de riscos de seu acervo, que são inúmeros: o perigo de incêndio dos materiais em nitrato; a degradação contínua de outros suportes (vídeo, digital, documentação fotográfica e em papel); a deterioração do seu equipamento tecnológico e a perda de um patrimônio informacional consubstanciado na Filmografia Brasileira e no site Banco de Conteúdos Culturais, fora do ar desde outubro de 2020.
Diante deste quadro, títulos, coleções e fundos de filmes raros caminham a passos largos ao desaparecimento. Coleções ainda pouco pesquisadas, como os cinejornais dos fundos Atlântida e Canal100, estão com preocupante grau de deterioração dos seus negativos originais de imagem, o mesmo ocorrendo com a documentação dos fundos Embrafilme e Concine, órgãos estatais responsáveis pela produção e distribuição de filmes no Brasil entre os anos 1966 e 1994.
Dado o iminente colapso de uma das maiores Cinematecas do mundo e da perda irreversível do seu acervo, exigimos uma solução imediata e urgente para reverter esse quadro de deliberado sufocamento institucional.
(Moção proposta para apreciação da Assembleia Geral da ANPUH-Brasil, em 22 de julho de 2021, pelo ST 86 “História, Cinema e Televisão” e pelo Grupo CNPq “História e Audiovisual: Circularidades e Formas de Comunicação”)